Quase todo mundo já ouviu falar nos mitos que envolvem o cordão umbilical, histórias assombrosas que por muitos anos, serviram pra indicar cesáreas desnecessárias. Infelizmente, continuam servindo.😔
Os mais conhecidos desses mitos são a CIRCULAR DE CORDÃO e o NÓ VERDADEIRO. A primeira, mais comum do que se imagina, acontece em até 40% das gestações e ao contrário do que se prega, não existe evidências estatísticas de aumento nas taxas de mortalidade neonatal devido cordões enrolados no pescoço, tronco ou membros do bebê. Já o nó de cordão é um evento muito incomum que acontece em menos de 2% dos nascimentos. Em raríssimos casos, a depender da intensidade da compressão que ele imprime, pode prejudicar as trocas de nutrientes e oxigênio entre mãe e feto. O diagnóstico do nó verdadeiro pode ser feito em US, mas na maioria das vezes só será possível visualizá-lo ao nascimento. Uma boa assistência e monitorização atenta dos batimentos cardiofetais durante o trabalho de parto serão de fundamental importância para identificá-lo e conduzir o processo.
O cordão umbilical tem 50 a 70cm de comprimento no fim da gestação, e a própria movimentação do bebê dentro da barriga pode fazer (e desfazer também!) com que ele dê voltas pelo seu corpo. Ele é formado por um tecido gelatinoso, resistente e bastante flexível - geleia de Wharton - que protege a veia e as duas artérias que passam por dentro dele e que garantem as trocas gasosas daquele bebê dentro do útero. Percebam que a respiração do bebê acontece via cordão. Ela só se dará através dos pulmões após a passagem de meio aquoso (líquido amniótico) para aéreo (extra-uterino) e clampeamento do cordão. Portanto, o pobre do cordão não irá enforcar o bebê e nem impedir sua respiração!
Por aqui, já acompanhamos bebês envoltos por 5 circulares cervicais, circulares na barriga, na perninha (como esse danadinho da foto 📸😝), cordões com mais de 1m de comprimento, e também alguns nós verdadeiros de cordão. Todos nasceram lindos e com aquele chorinho que a gente ama ouvir!
E você já viu ou viveu alguma experiência assim? Conta para gente!
